domingo, 13 de junho de 2010

E continua o frio no Rio de Janeiro...

28 anos, não vou mudar, já disse isso antes, salvo claro pequenas adequações inerentes ao ambiente social e talvez corrigir um vício ou outro, mas nada de muito profundo.

Não sou apropriadamente conhecido pelo meu esforço em agradar os outros, não sou efusivo, normalmente calado, quando falo usualmente acabo falando o que não devia, tenho uma dificuldade enorme para manter a atenção, impaciente e intransigente, não raro também mal-humorado, mas não descarrego minhas irritações em ninguém, simplesmente tiro um tempo pra mim mesmo e corto da minha vida o que me incomoda.

Mas tenho qualidades, caso contrário não teria meus bons amigos, que embora muitas vezes me irritem me fazem muita falta aqui no Rio de Janeiro.

Gosto de ler, esse ano aos poucos readquiri o hábito perdido, neste sentido o ano já foi muito produtivo, sou tolerante com os defeitos dos outros, também venero o cinema, infelizmente tenho ido menos do que gostaria, as produções também não tem colaborado muito, tenho um ouvido muito bom para os problemas alheios e como tenho uma certa facilidade em racionalizar tudo acabo ouvindo mais do que gostaria, mas dos amigos são os defeitos que temos que suportar pois as qualidades qualquer um agüenta. Outro dia conversava com um amigo que me disse isso: “Diogo, tem gente que não consegue viver consigo mesmo, que dirá com os outros” e é verdade.

Um pouco cansado de ouvir opiniões sobre minha vida, não preciso que me digam o óbvio.

“Me aceita assim como eu sou, me deixa ser o que for”. Sergio Britto.

Oras, quando reclamo de alguma coisa ás vezes é só um desabafo e não uma reclamação propriamente dita, apenas para aliviar a pressão, se o problema é antigo eu obviamente já sei qual é, se não resolvo é porque não consigo, é da minha natureza.

Dizer que a solução é simples é subjetivo demais, o que é simples para uma pessoa muitas vezes não é para outra. E qual o problema em sonhar um pouco? Se eu não sonhar quem vai sonhar por mim? Sou um pessimista por vocação e formação, as expectativas que crio são as negativas, mentiras sinceras definitivamente não me interessam.

Conversas despretensiosas, sem muita profundidade, com pessoas sem muito conhecimento de causa tem se mostrado mais saudáveis ultimamente. Afinal, viver só se for de coisas boas, para que complicar tudo? Porque tudo precisa de explicação ou conteúdo? Fazer e falar bobagens são atitudes que quebram a seriedade do dia-a-dia e que dentro da medida fazem bem as pessoas.

Alegrias efêmeras e pequenos prazeres também completam nossa vida.

As coisas estão bem, que continuem assim, mas sinto a necessidade de idéias novas, afinal nunca se sabe quando o inesperado vai acontecer.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Por um mundo menos ordinário.

Enterneci-me com a chateação de uma amiga e fiquei ruminando sobre frustrações.

É da nossa natureza a repetição espontânea de atos com a concludente adoção de resoluções que temos ciência que nos levará a um estado de abatimento.

A própria frustração pode ser o gatilho de sentimentos lesivos, damos importância demais a alegrias fugazes ao invés de dar a volta por cima com uma atitude de não permitir que emoções medíocres nos aflijam.

É difícil aceitar que temos que aprender com nossas derrotas e fazer delas lições para buscar a maturidade e permanecer além da mediocridade.

A vida é cíclica, essa é provavelmente a única verdade absoluta em que acredito, me remete ao conceito de impermanência budista, o importante é ter consciência disto e tocar a vida em frente. Claro que sei que é fácil falar isso sem estar emocionalmente envolvido.

Obviamente que ninguém gosta de ter seus anseios frustrados e estas situações são inevitáveis, nestes casos é a duvida que nos faz avançar de qualquer maneira, amadurecer é apenas constatar a nossa fragilidade.

"Não podemos trocar as cartas que recebemos, apenas jogar com elas." - Randy Pausch.

terça-feira, 1 de junho de 2010

E eis que o frio torna a aparecer.

De um amanhecer preguiçoso a uma ida forçada a academia, ter que andar calçado para fugir do frio do chão do apartamento, de dormir de edredom, mãos e pés sempre frios.

Copacabana tem estado mais vazia por esses dias, seus idosos moradores e seus cães não devem simpatizar muito com o clima mais agressivo.

Eu não ligo.

Na ida o vento frio me faz bater os dentes, os cabelos se arrepiam, meu lado esquerdo entra em um estado de dormente, na volta o mesmo acontece com o lado direito.

Quando dou a volta para começar a segunda volta o vento frio já não incomoda mais, o corpo parece ter encontrado um meio termo para sua temperatura, já não sinto mais nada. E como se frio adentrasse pela carne, me parece que nada mais me importa, na verdade acho que já faz tempo demais que não sinto nada.

De súbito me lembro dos bons tempos nas festas de São João na minha adolescência, invariavelmente surpreendidos por uma chuva, ao amanhecer com os dedos engiados, os cabelos e as roupas encharcados e o gosto gelado de cerveja na boca. Mas, havia muita energia naquela época.

Mas a qual diferença?

Ainda muito tranqüilo, mas acho que meu problema consiste justamente nessa tranquilidade, muito estranho isso.