domingo, 17 de outubro de 2010

Os ventos do norte não movem moinhos.

Interessante observar os parâmetros que cada indivíduo elege como fundamentais na formação do grupo social que integra.

Me pego olhando para minha própria mão e tento enxergar através dela, numa espécie de visão apreciativa que transpassasse a pele e a carne e me permitisse constatar se realmente o essencial é invisível aos olhos.

Impossível de se responder com certeza, prefiro acreditar que sim, mas vivemos em uma realidade onde é a casca que importa.

Não quero afirmar que os meus valores devam servir de paradigma para os demais, não acredito em julgamentos perfeitos, cada cabeça é um mundo, mas esse excessivo culto a forma em determinadas situações me parece completamente irracional, possivelmente porque utilizo de princípios avaliativos completamente díspares dos que hoje são mais comuns.

Quando porventura faço uma autocrítica e avalio o que foi feito de errado para que como em um exercício evolutivo, reconhecendo os meus próprios erros eu possa ascender como ser humano, eis que muitas vezes me apercebo em uma espécie de circulo vicioso e volto a cometer os mesmos deslizes de antes, ainda que sob outra aparência.

Afinal o que realmente importa? Nessas horas me bate aquela sensação de estar tecendo a teia de Penélope.

Nessas horas, tendo como combustível a insônia, a única vontade que tenho é a de pegar meu travesseiro e ir deitar na areia da praia apenas para olhar o mar e ficar entorpecido com o vento frio que sopra neste momento.

"Somente o silêncio é grande, o resto é fraqueza" - Alfred de Vigny.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

No country for old man

É medo ou a coragem que nos move? Não me lembro onde li isso.

Conversando com um amigo, cuja companhia me foi privada por conta da distancia, me dei conta que ele agora trilhava uma estrada que eu conhecia muito bem e da qual não sinto falta alguma, não guardo sequer lembranças, apenas a experiência adquirida para não tornar a passar por ela.

O olhar frio e crítico de quem enxerga de fora permite um viés sistemático da situação, mas tenho uma dificuldade crônica em tentar explicar o que me parece óbvio, no entanto isso não foi necessário.

Lembro-me do tempo em que houveram bifurcações erradas por demais no meu caminho e como já fui intransigente comigo mesmo, mas quem não consegue se lembrar do que fez na noite anterior não pode ser tão pertinaz.

E nessa sociedade onde os fracos não têm vez, um deslize, ou uma decisão demorada podem acarretar prejuízos onerosos por demais, afinal, como já dizia o poeta, não dá pra esperar por uma crise para descobrir o que é importante em nossa vida.