sábado, 6 de novembro de 2010

Réquiem por um sonho.

Nunca é tarde para um novo recomeço? Não sei, queria ser otimista assim.

E quando paradoxalmente dois meses parecem ter se arrastado por dois anos, mas na minha cabeça parece ter sido anteontem?

E 700 dias? E 10500 dias? Ando brigando com os meus cabelos brancos...

Dizem que excesso de nostalgia muitas vezes é um reflexo da insatisfação com o presente, por outro lado a amnésia ou negligência com o passado também pode significar uma omissão quanto a responsabilidade de atos que não surtiram o efeito desejado.

E quando se age sabendo que o êxito é improvável?

Negar esse conhecimento é vital, a sociedade cultua os sucessos, somos muito duros com os nossos erros, ainda mais se são cometidos de forma consciente, assumir um fracasso já é por si só muito difícil.

Assumir que agimos de forma independente, alheios a vontades externas, mesmo sabendo que o resultado ao mesmo tempo seria previsível e negativo é para poucos.

O futuro é incerto, olho para as linhas que se desenham e tento imaginar um roteiro otimista para o que segue, mas me parece que quem sempre espera menos sempre lucra mais.

Saber o que nos potencializa e ao mesmo tempo estar ciente das nossas limitações pode ser angustiante.

Pior que um ato assumidamente equivocado é a omissão de ação!

Vejo amigos, indo do inferno ao céu e vice-versa em um piscar de olhos, essa impermanência constante, para o bem ou para o mal, é que me mantém em riste.

Nessa seara conclui que nossos amigos não são nossos reflexos, não andamos necessariamente com quem nos identificamos, andamos com quem nos faz felizes.

Ninguém quer ser amigo de um cachorro morto, discutia isso com meu pai há pouco tempo, sobre como é difícil enfiar o braço na lama para puxar um amigo, na hora em que os problemas se tornam públicos poucos querem se expor, ignorar é sempre o caminho mais fácil, as adversidades usualmente exterminam os nossos contatos, se o amigo em questão for um cabeça-dura então a própria camaradagem vira uma prova de fogo.

“Desse mal a gente não sofre, afundamos juntos, ainda que discorde de muita coisa, ainda que ele nem de longe tenha sido o amigo que eu fui pra ele, não me sentiria bem comigo mesmo abandonando ele agora, vou dizer isso a ele amanhã no almoço.” Me disse meu pai.

Eu acredito na recíproca.

Tenho muito orgulho da minha família, tanto a biológica quanto a que eu escolhi.

Prolongar o erro é o que nos consome!

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