domingo, 29 de agosto de 2010

O vencedor

Estava me lembrando um dia desses do filme 300 de Esparta, acho que ninguém dá mais importância a conceitos tão subjetivos como a honra, na verdade acho que as gerações mais novas sequer saberiam defini-la.

A sociedade estimula a superficialidade, ninguém se preocupa mais com regras de conduta moral, personalidades altivas são cada vez mais raras, pontualmente encontro alguém que tenha compromisso com o comportamento íntegro, naturalmente descompromissado, que tenha seu próprio caráter como cartão de visitas, pessoas assim só na ficção mesmo.

Já vai longe o tempo que a vergonha levava desde um aristocrata até um simples camponês a cometer um haraquiri no Japão.

Ainda mais aqui no Brasil com a cultura da “farinha pouca meu pirão primeiro”, o desejo de vencer a qualquer custo carcome as virtudes.

Acho que umas das cenas mais me marcaram no cinema foi a cena final do filme “Perfume de mulher”, quando o personagem de Hoffman faz a defesa do personagem de O´Donnel perante o conselho escolar, achei espetacular, um momento inspirador sem dúvidas.

Foi um discurso extremamente crítico, recheado de ironia, e embora sem sutilezas não havia sectarismo nas suas falas.

Deveria ficar esperançoso de que na verdade tais sentimentos não estejam mortos, mas apenas latentes, que em algum momento podem emergir como um todo e assim deixaríamos como legado para a próxima geração uma visão crítica menos deturpada.

Digo deveria porque não tenho essa esperança, meu post anterior pode servir como um insipiente arremedo de propedêutica niilista o que dispensaria maiores explicações.

Mas, parafraseando Millôr Fernandes, o pessimista é o único que está preparado para ser otimista quando suas previsões derem certo.

Ultimamente estou alinhado com a filosofia do In Vino Veritas.


“Eu que já não sou assim
muito de ganhar,
junto as mãos ao meu redor
Faço o melhor que sou capaz
só pra viver em paz.”

Marcelo Camelo.

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