quinta-feira, 15 de abril de 2010

Trinity

Todos os dias vejo o meu maior adversário em frente ao espelho, “eis o grande filho da ignorância” penso eu, lembro-me então o quanto sou pequeno.

Os espíritas dizem que o orgulho nos leva a considerar-nos mais do que somos, a não suportarmos uma comparação que nos possa rebaixar, a nos considerarmos tão acima dos outros que a menor analogia nos aborreça.

Fácil saber quando o orgulho pende para a dignidade ou para arrogância, por mais subjetivo que seja é um sentimento que transcende nossa própria personalidade e refletindo em terceiros, pois diz respeito à imagem que passamos ao demais, num contexto geral nos esforçamos para conter nossos próprios medos.

O medo ocasiona um estado de vigilância que gera um temor de agir, uma forma de reagir à ameaça, decorre da ansiedade, do temor antecipado da confrontação com o artefato do medo. O medo pode ser bom ou ruim, vai depender de sua intensidade, falta absoluta de medo invariavelmente resulta em estupidez.

O fracasso certamente é o maior dos medos, é visto como derrota e não como adiamento, o fracassado não tem amigos e só não fracassa quem não tenta nada. Costumamos esquecer que o fracasso está nos olhos de quem nos vê e que cada um nos enxerga a sua própria maneira.

O medo é o pai do fracasso, só se dissipa com o agir, mas o orgulho nos impede o movimento, preferimos o culto a nossa imagem. Mas tirando o orgulho o que nos resta? Um arremedo de pessoa? Um projeto do que poderíamos ser? Um orgulho ferido faz um estrago enorme, não sabemos distinguir mágoa de vaidade, entramos em um processo de autofagia. O medo de encarar os outros é letal.


"Você nasceu apenas com dois medos: o medo de cair e o medo do barulho. Todos os seus outros medos são adquiridos. Livre-se deles".
Dr. Joseph Murphy

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