quarta-feira, 14 de julho de 2010

Rosa dos ventos

De volta de outra incursão pela madrugada, sem dúvida uma vantagem de estar em Aju.

Entreguei ao acaso meu retorno ao RJ (leia-se acaso pedi pra meu pai comprar minha passagem).

Interessante como algumas pessoas surpreendem a gente, tive uma mudança brusca de opinião recentemente, de forma negativa, diga-se de passagem, engraçado como pode existir uma diferença abrupta entre a aparência e a convivência.

Mas já estou conformado com minha dificuldade crônica em entender as pessoas, principalmente as que me cercam. Acho que meu problema é que procuro enxergar nos atos alheios as motivações que eu teria para agir daquele modo.

Como se eu me projetasse nos outros, como forma de entender o que eles fazem, mas como é de conhecimento universal somos todos diferentes uns dos outros e eu não sou exatamente alguém que se poderia encaixar em um senso de pessoa comum.

Mais complexo do que eu é difícil de encontrar, acho que é um problema de família, Poste diz que somos exóticos.

Morar só parece que anda turvando ainda mais minhas análises antropológicas, a impressão que eu tenho é que ando errando em quase tudo.

Já tinha esse desvio quando ainda morava aqui, tantas vezes fiz afirmações carregadas de convicção para em seguida sob o olhar atento de algum amigo ouvir: “Diogo, você esta querendo enganar a quem?”

Obvio que só poderia ser a mim mesmo, devem ser os pequenos surtos de otimismo que eventualmente eu tenho ou então minha velha e boa ansiedade que às vezes volta a bater na minha porta.

A ansiedade é uma conhecida antiga, duramente combatida e embora apaziguada, de tempos em tempos aparece para que eu me lembre que ela estará para sempre ali e que pelo resto da minha vida devo ser cuidadoso com ela.

Mas como interpretar pequenas atitudes de outrem? Pelo que eu gostaria que elas significassem? Talvez não seja o mais indicado, mas às vezes é um alento.

Depois do incidente em Antares eu me tornei cético com o comportamento humano, o problema é que é difícil domar nossos anseios, mas já vai muito longe o tempo em que eu era um sonhador.

O mal de morar em uma cidade com poucos amigos, me falta quem me embase nas minhas opiniões, ou discorde mesmo, só queria uma opinião isenta, sinto falta da minha tropa de choque, seja pra me incentivar ou cortar meu barato

Acabo de me descobrir um inábil em relacionamentos sociais, mas claro que isso só deve ser novidade pra mim, detesto ficar criando conjecturas.

Na verdade eu queria uma luz.

Um pouco desnorteado no momento.

Continuo sem criar perspectivas, acho mais saudável e seguro assim.

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