quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Como um gatilho sem disparar.

Por quanto tempo se paga por um erro? Por quanto um deslize emanará seus efeitos sobre a vida de uma pessoa? Suas seqüelas? Suas ameaças?

Qual a idéia que se tem ao pressionar ao maxímo um gatilho sem que ele dispare? O que Nando Reis queria dizer? Será que ele queria saber o quanto de pressão alguém pode suportar antes de explodir? Algo que se possa acontecer a qualquer momento por andar no seu limite? Ou seria uma mera ameaça, advinda, por exemplo, da simples imagem de uma arma apontada para uma cabeça?

Muitas interrogações sem respostas, apenas a dúvida. Para todo erro deveria haver uma sanção correspondente, esta deveria ter prazo determinado e levar em conta não só o erro propriamente dito, mas a pessoa que a cometeu. Deveria mandar primeiramente um aviso e só com a reincidência ser aplicada.

O que não é justo é que tal sanção apareça e desapareça seguindo apenas as regras da teoria caos, indo e vindo sem qualquer aviso ou sem formalidades que denunciem a sua chegada em breve.

E se ela não aparece por muito tempo e tornamos a cometer o deslize? E desta vez o deslize não gera castigo?

A ameaça fica desvinculada ao erro, ficaremos nos perguntando se ele não foi apenas o gatilho que a fez emergir, se ela há muito já estava lá apenas não se fezia conhecer.

Não é possível chamar de deslize um erro cometido de forma consciente e não-impulsiva. A razão do repetimento dele só faz sentido para quem o repete. O gatilho está lá, a sanção pode vir ou não, como pode vir sem o próprio gatilho, então como saber o que vai acontecer?

Interessante ver o julgamento ignorante, absolutamente inexperiente, infantil e incompetente de terceiros sobre nossos atos. É muito fácil racionalizar as vidas dos outros, nós mesmos podemos fazer uma análise lógica dos nossos problemas, mas as coisas não se resolvem sempre na base do 1+1=2.

Li uma vez uma frase que dizia algo do tipo: “Danço com o diabo, mas sou eu que escolho a música”, o problema é que as vezes a máquina quebra.

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