sábado, 16 de janeiro de 2010

O tigre não muda suas listras.

A frase que intitula este post é de Jack Sawyer, um filósofo com o qual sinto muita afinidade.

Mas o cerne da questão é: As pessoas mudam? Costumava pensar que sim, mas nos últimos tempos aderi a corrente contrária.

Uma amiga, durante sua terapia, debatia sobre seus problemas familiares e reconhecia que boa parte deles advinha de seu temperamento difícil e que uma de suas metas na terapia era justamente trabalhar para mudar alguns aspectos de sua personalidade. No entanto a resposta que ouviu foi a seguinte: “Não adianta tentar mudar sua natureza, uma Pepsi por mais que tente nunca vai se tornar uma Coca-cola” (esta pérola de analogia, acreditem, foi dita por uma psiquiatra).

O tempo sempre trás a natureza das pessoas a tona, é uma disputa inglória e impossível de se vencer.

Conversando com um primo que mora em Barcelona e não via há anos, depois de muito papo constatamos que haviamos mudado muito pouco, e quando fui perguntado sobre outro primo, que morava no Canadá e retornou depois de dois anos, lhe disse que estava a mesma coisa assim como um amigo da mesma turma que mora aqui no RJ. Crescemos lógico mas as afinidades, divergências e marras continuavam as mesmas.

Antigamente achava que nas relações pessoais tínhamos que nos amoldar uns aos outros, cada lado cedendo um pouco para que houvesse uma relação equilibrada.

Em tudo na vida tem que haver equilíbrio, se somente um lado cede para satisfazer o outro, na verdade está se armando uma bomba-relógio, quem só cede nunca está feliz e quem sempre tem seus e vontades e mimos realizados nunca fica satisfeito.

A explosão sempre deixa marcas profundas, acho que o ideal é justamente que as pessoas se mostrem como são desde o início e dessa forma sejam aceitos ou não.

Claro que é impossível ser transparente o tempo todo, a vida em sociedade exige que sejamos políticos (por vezes cínicos também).

Bilu uma vez me perguntou: “Você prefere um amigo divertido ou um amigo autêntico?”, “autêntico” respondi.

Não consigo conceber que quem viva usando mascaras o tempo todo seja feliz, um dia elas caem, é inevitável, o tempo é implacável.

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